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Foto do escritorIgor Mauricio Barreto

Estamos prontos para voltar ao começo.

Atualizado: 24 de set. de 2020

A vida é cíclica e o momento, sui generis. Estamos prontos para começar a voltar.



Minha filha faz 15 anos agora em Outubro. Como toda boa adolescente, está antenada com o que os amigos em geral e os adolescentes do mundo digitalizado- e sempre presente- querem. Sim, amigos, eles estão conectados O TEMPO TODO. Se conhecem como jamais nós conheceremos alguns amigos de longa data.


Para quem não se lembra, os bailes de debutante, eram feitos para apresentar a moça a sociedade, com direito a tentar um bom casamento! Estamos falando de uma data muito importante, que marca uma fase de mais responsabilidade. A minha surpresa foi quando questionei o que ela queria ganhar, afinal, ela é maravilhosa, um filha perfeita, com tudo que tenho direito na vida.

Ela me deu duas alternativas senhoras e senhores, uma MÁQUINA DE FOTOS ANALÓGICA que a foto sai na hora (não vou falar a marca aqui) ou um TOCADOR DE VINIL.


Bom, eu não conheço muita gente mais conectada no digital que ela. Me surpreendi muito quando ela quis algo analógico. Eu já sabia que o vinil tem ganhado espaço, que a tal maquina tinha voltado a moda, mas não sabia do tamanho disso para despertar o desejo da menina-internet.


No longínquo ano de 2019 (parece que foi a muito tempo atrás, ein), foi a primeira vez em 34 anos que o vinil vendeu mais que o CD. "Ninguém mais compra CD, vai", você vai dizer, mas se trocarmos o CD por LP na frase dá o mesmo resultado, concorda?


Segundo o CEO da Warner, o vinil é "Sexy e legal", Segundo ele, representa um produto emocional. Mesmo com o aumento de 24% das assinaturas de streaming de música durante a quarentena, e o ainda inexpressivo investimento das gravadoras do retorno dos vinis, isso demonstra um indicativo claro sobre um flanco importante de produtos afetivos.


E não pense vocês que é baratinho não. Um vinil do Harry Styles (se não sabe quem é, você é velho), custa a bagatela de R$ 270,00. Quase o preço da vitrola- confesso que tenho dificuldade de chamar de outro nome- que ainda vem com entrada USB e Bluetooth!


Nunca tivemos, nos últimos 40 anos uma oferta tão grande de opções de tocador de vinil caseiro, e nunca uma adesão tão significativa de jovens ídolos da música à midia. Aí reside o ponto nervural da nossa saga. Para ela, a grande virada veio com os ídolos da música. E talvez aí, esteja contido o que acho mais bacana nesse movimento; a sua força emana do público que não teve acesso à midia em questão em suas memórias afetivas. Eles nunca viram isso funcionando antes. E está se tornando um produto afetivo para eles. E ainda é analógico!


Será que estamos equilibrando as coisas mesmo que sem querer? Os especialistas em varejo, dizem que não existe mais canais diferente, digital e físico, será esse movimento um retrato disso?


De fato, to adorando, retrato de novos comportamentos, que movem o mundo. Não to curtindo ter que comprar porque é caro, mas to pensando em garimpar uns vinis e mostrar para ela umas coisas antigas que só eu vou gostar e ela vai ouvir sem paciência.


O que você acha sobre isso?





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